segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Seminário de Belém e o Padre Voador


O Santuário Arquidiocesano Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, igreja do antigo Seminário de Belém, situado no recôncavo baiano, em Belém (Cachoeira), agrega em seu acervo histórico o registro de pessoas que figuram nos cenários religioso e científico do Brasil como Antonio Galvão, primeiro santo brasileiro, Alexandre de Gusmão, diplomata, secretário de D. João V, e o Pe. Bartholomeu de Gusmão, mais conhecido como o padre voador por causa de seu invento: o balão movido a ar quente.
No passado, o Seminário de Belém era conhecido em todo o país por sua excelência em ensino - fama que percorreu as praças da Europa. Lá estudaram alunos oriundos de famílias abastadas das várias regiões do Brasil. Hoje, não mais existe o Seminário, apenas lembranças impressas nas paredes da Igreja de Nossa Senhora de Belém e nos arredores do terreno. Entretanto, sabe-se que não existe presente sem passado. O livro é aberto e um novo capítulo é escrito: a implantação do Santuário, um reconhecimento da Arquidiocese de São Salvador da Bahia ao lugar onde residiu, por alguns anos, o primeiro santo brasileiro. Também lá marcou passagem o inventor do primeiro balão movido a ar quente, Bartholomeu de Gusmão. Uma ousadia para aquela época, mas, se for percorrido os registros daquele período muito se descobrirá, como, também, já se descobriu sobre as engenhocas desse jovem estudante e mais tarde, padre - um sacerdote metido a cientista -, que deixou sua contribuição para o Seminário quando lá estudava e foi o primeiro homem a tentar voar, antes mesmo do invento dos franceses, o que pouco é sabido.
Em agosto fará 300 anos que o padre voador fez a exibição pública de sua descoberta. Diante da significativa importância desse invento para a ciência face à inexistente tecnologia e primitivo conhecimento de todos daquela época, o Pe. Bartholomeu de Gusmão merece a reverência dos brasileiros. Por isso serão realizados diversos festejos em comemoração ao tricentenário do balão, a fim de que todos possam ter conhecimento desse fato. Entre as várias homenagens ao jesuíta, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, através de Sérgio Mattos e Adinoel Motta Maia, este, escritor e estudioso sobre a vida do padre, junto aos Côn. Hélio Vilas Boas, Reitor do Santuário, e Pe. Cid Cruz, Presidente da Sociedade Mantenedora do mesmo, reuniram-se no dia 08 de junho deste ano, para confirmar a implantação do memorial do Pe. Bartholomeu de Gusmão no Santuário, por ele ter pertencido ao corpo discente do Seminário, o que, certamente, muito contribuirá para futuros estudos acadêmicos de interessados na vida do padre voador.
Mais uma vez Cachoeira se faz notória por seu passado de figuras que imortalizaram seus nomes nos anais da história.